Minha
rua era tão minha em sua simplicidade…
Não
sei de onde é que ela vinha, mas ia para a cidade.
Com
suas pedras redondas e duas magras calçadas,
não
tinha praia nem ondas, mas como tinha enxurradas!
Era
alegre, era risonha, tinha orquestra de pardais,
e a cantilena enfadonha de mil pregões matinais.
Ali
cresci, me fiz homem, e a minha rua, coitada…
qual as mães que se consomem, foi tudo, sem querer nada.
Foi
pista dos meus brinquedos, de jogos de correrias…
Foi dona dos meus segredos viu tristezas, alegrias…
Viu
meus passos imprecisos, viu-me garoto, um traquinas,
e viu-me trocar sorrisos nas rondas pelas esquinas.
Viu-me
também, certo dia, sair da lá, nem sei quando…
Por
fora sei que sorria, por dentro estava chorando…
guardei,
porém, na lembrança aquele encanto que tinha
a rua em que fui criança, a rua que foi tão minha…
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